TEATRO DE BONECOS
Entrevistadores:
Qual é a dificuldade mais comum, no inicio do aprendizado, para os atores manipuladores em manipular os bonecos, passar a interpretar e representar uma situação por meio daquilo que até então chamávamos de objeto?
Izabela:
A questão ontológica do teatro de formas animadas é dar vida aos objetos que, por princípio, são “seres” inanimados, sem anima. Assim, animar, dar vida aos objetos por meios dos signos pertinentes (visuais, cinéticos, sonoros) e mantê-los ao longo do espetáculo é o grande desafio e também, a maior dificuldade para os atores manipuladores. Quando bem animados/manipulados pelos atores, os objetos são percebidos pelo público como seres com vida, mesmo que diferente da nossa, seres humanos. E aí reside a magia desta forma teatral, pois ela é ainda mais transgressora que o teatro de atores, uma vez que neste, o centro do jogo é um “igual”, um ser humano, ao passo que no teatro de formas animadas, no centro do jogo está um outro, pertencente a um outro “reino” que é o dos objetos, dos materiais. Obviamente que os signos de vida só são possíveis por meio da intermediação do ser humano, atrizes e atores que jogam com a matéria “morta”, reavivando-as.
Entrevistadores:
Como é o treinamento para o Ator-animador, as praticas de voz em performance, movimentos corporais e técnicas de interpretação ?
Izabela:
Esta pergunta é demasiado extensa para ser respondida em uma questão. O que posso dizer é que esta formação (ou treinamento como vocês nomearam) embora tenha vários pontos em comum com a formação no ator no teatro de atores, também apresenta especificidades.
Um dos maiores desafios profissionais e artísticos do ator-animador é dominar as técnicas de animação do objeto/boneco. Apropriar-se das técnicas de manipulação tem por objetivo garantir certa unidade ou sintonia entre animador e boneco. Significa ainda encontrar os gestos adequados para as ações cênicas a serem efetuadas pela forma animada, o boneco.
É fundamental ainda, o ator-animador transferir ao objeto a emoção que corresponde à personagem, caso contrário, por melhor que se mova, o ato é mecânico. O trabalho com o boneco se situa no paradoxo de mostrar o humano presente no objeto, o real e o irreal que a atuação do ator-animador torna crível.
Entrevistadores:
Como vocês lidam com as diversas faixas etárias do público dessa forma teatral?
Izabela:
Igual ao teatro de atores, ou seja, há espetáculos destinados a públicos diversos. No entanto, se consideramos muitas das tradições de teatro de bonecos, esta distinção é bem reduzida, uma vez que os espetáculos aconteciam/acontecem em espaços públicos e abertos e eram/são destinados às diversas idades. Esta situação é bem parecida com o circo, pois também ali o público é formado por crianças, jovens, adultos e idosos.
Entrevistadores:
A montagem do espetáculo é diferente quando há um público especifico como crianças ou adultos. Qual a principal diferença ?
Izabela:
Sim, em geral a proposta de montagem segue padrões diferentes, pois os níveis de percepção também são diferentes. O que não quer dizer diferentes padrões de qualidade e de pesquisa, pois todos os públicos merecem trabalhos elaborados e de qualidade.
Dizer a principal diferença é difícil, talvez seja na forma de construção do próprio espetáculo, ou seja, com as crianças joga-se mais com o lúdico e com os adultos, com o simbólico.
Entrevistadores:
Qual é a dificuldade mais comum, no inicio do aprendizado, para os atores manipuladores em manipular os bonecos, passar a interpretar e representar uma situação por meio daquilo que até então chamávamos de objeto?
Izabela:
A questão ontológica do teatro de formas animadas é dar vida aos objetos que, por princípio, são “seres” inanimados, sem anima. Assim, animar, dar vida aos objetos por meios dos signos pertinentes (visuais, cinéticos, sonoros) e mantê-los ao longo do espetáculo é o grande desafio e também, a maior dificuldade para os atores manipuladores. Quando bem animados/manipulados pelos atores, os objetos são percebidos pelo público como seres com vida, mesmo que diferente da nossa, seres humanos. E aí reside a magia desta forma teatral, pois ela é ainda mais transgressora que o teatro de atores, uma vez que neste, o centro do jogo é um “igual”, um ser humano, ao passo que no teatro de formas animadas, no centro do jogo está um outro, pertencente a um outro “reino” que é o dos objetos, dos materiais. Obviamente que os signos de vida só são possíveis por meio da intermediação do ser humano, atrizes e atores que jogam com a matéria “morta”, reavivando-as.
Entrevistadores:
Como é o treinamento para o Ator-animador, as praticas de voz em performance, movimentos corporais e técnicas de interpretação ?
Izabela:
Esta pergunta é demasiado extensa para ser respondida em uma questão. O que posso dizer é que esta formação (ou treinamento como vocês nomearam) embora tenha vários pontos em comum com a formação no ator no teatro de atores, também apresenta especificidades.
Um dos maiores desafios profissionais e artísticos do ator-animador é dominar as técnicas de animação do objeto/boneco. Apropriar-se das técnicas de manipulação tem por objetivo garantir certa unidade ou sintonia entre animador e boneco. Significa ainda encontrar os gestos adequados para as ações cênicas a serem efetuadas pela forma animada, o boneco.
É fundamental ainda, o ator-animador transferir ao objeto a emoção que corresponde à personagem, caso contrário, por melhor que se mova, o ato é mecânico. O trabalho com o boneco se situa no paradoxo de mostrar o humano presente no objeto, o real e o irreal que a atuação do ator-animador torna crível.
Entrevistadores:
Como vocês lidam com as diversas faixas etárias do público dessa forma teatral?
Izabela:
Igual ao teatro de atores, ou seja, há espetáculos destinados a públicos diversos. No entanto, se consideramos muitas das tradições de teatro de bonecos, esta distinção é bem reduzida, uma vez que os espetáculos aconteciam/acontecem em espaços públicos e abertos e eram/são destinados às diversas idades. Esta situação é bem parecida com o circo, pois também ali o público é formado por crianças, jovens, adultos e idosos.
Entrevistadores:
A montagem do espetáculo é diferente quando há um público especifico como crianças ou adultos. Qual a principal diferença ?
Izabela:
Sim, em geral a proposta de montagem segue padrões diferentes, pois os níveis de percepção também são diferentes. O que não quer dizer diferentes padrões de qualidade e de pesquisa, pois todos os públicos merecem trabalhos elaborados e de qualidade.
Dizer a principal diferença é difícil, talvez seja na forma de construção do próprio espetáculo, ou seja, com as crianças joga-se mais com o lúdico e com os adultos, com o simbólico.
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